O vencedor já sai perdendo. Mas quem se importa?

Está chegando a festa da democracia. Da democracia do voto obrigatório, da campanha longa e milionária, do horário eleitoral obrigatório, enfim, da democracia onde se escolhe diretamente um presidente, mas não diretamente um deputado. 

Só escrevo estas poucas linhas para manifestar, no meu pleno direito de expressão,  que não pertenço à democracia, pelo menos não pela maneira como ela se apresenta. Não acredito na grande mudança anunciada pela eleição à Presidência da República, uma vez que o Congresso já está decidido, ou seja, nada mudou . Não acredito neste voto direto, não concordo com o sistema eleitoral e preferiria que tivéssemos um parlamento mais próximo das reais necessidades da sociedade. E não a alegoria distante, escondida no centro de lugar nenhum que a cada dia prova ser mais inútil e inapta.
É quase certo, que, se as pesquisas ao menos se aproximarem do resultado, o vencedor, seja qual for, terá um país que,  de começo,  já o desaprova em mais de 60%, se considerar a metade que votou no opositor, mais votos nulos e abstenções. 

Então, a democracia, presidencialista como a que vivemos aqui, já provou, só neste pequeno cálculo, que não funciona.  Ou melhor, funciona só para quem a fez desta maneira: justamente aqueles lá do Congresso.