Nós curitibanos temos muito do que nos orgulhar no Carnaval. Sabemos que na nossa província mais de 50% dos habitantes não são autênticos curitibocas. E sabemos também que os autênticos não pulam o tal carnaval. Somos uma cidade penitente, sempre pronta para um Halloween, ou até mesmo um Dia de Ação de Graças. Não é que gostemos mais da grama dos vizinhos estrangeiros, apenas a achamos mais bonita. Os maiores memoriais da nossa cidade são tipicamente estrangeiros, o próprio Farol do Saber do Centro Cívico é uma homenagem póstuma a Kalil Gibran, grande judeu de sábias palavras, merecido como o bairro de Santa Felicidade, italiano, o bosque João Paulo II, polonês, e a nossa mania de que o McDonalds, (não me incluam nessa) é um restaurante para passear com a família, nos shoppings.
Irmãos curitibocas, isso não é uma crítica, longe disso. Neste carnaval tivemos espaço confortável em arquibancadas para três mil pessoas na avenida Cândido de Abreu, um número que torcemos para que diminua a cada ano, considerando que foram divulgados quinze mil expectadores. Numa estratégia também curitiboca, a federação (?) paranaense de futebol marcou o clássico Atlético e Paraná para o domingo, tendo sucesso, com treze mil pessoas no estádio. Podemos considerar que tivemos 175 mil veículos deixando a cidade em direção ao litoral. Dentro dos clubes, os mais abastados faziam o carnaval de salão, e o tradicionalmente renovado Gabaon chega aos vinte anos com a força da Igreja levando em média quinze mil pessoas diárias ao Marumby Expo Center.
Considerando tudo isso, podemos chegar claramente à conclusão de que os curitibanos estão buscando outros carnavais. A Fundação Cultural deveria estruturar mais os eventos que funcionam, e apoiar o próprio Gabaon ao invés de gastar os tostões que gasta com o carnaval de rua, sobre o qual a própria imprensa local prefere não se manifestar muito, focando no competente evento de Antonina. Atrair turistas para Curitiba é um desafio e tanto, porém não impossível. Campanhas para o Carnaval daqui tendem a atrair o público que não gosta do samba, os clientes assíduos do “Carnarock” e suas variantes. A boa surpresa ficou para a brincadeira do pessoal do Psycho Carnival, com seus duzentos zumbis em desfile alternativo, do Cemitério Municipal até as Ruínas de S. Francisco onde havia um palco montado para o show de rock.
Assim, a diversidade cultural de Curitiba não pode ser reduzida aos deprimentes desfiles de escolas de samba, que fazem somente cumprir um protocolo. Atrairíamos as vertentes não sambistas com divulgação plena de um refúgio contra o assalto do carnaval “Globeleza” e seus afiliados, para algo realmente original, e poderemos atrair um público específico, sem nenhum constrangimento com a campanha: “Passe o Carnaval em Curitiba”.
Resta-nos então, as cinzas da quarta-feira, somada à ressaca dos tamborins cariocas, e uma infinidade de novos projetos para esse ano que só agora se inicia. Que o jejum da Quaresma nos cure destes fantasmas que insistem em nos assombrar no Carnaval, com pandeiros e alegorias que não nos pertencem, nem nos pertencerão jamais.
Irmãos curitibocas, isso não é uma crítica, longe disso. Neste carnaval tivemos espaço confortável em arquibancadas para três mil pessoas na avenida Cândido de Abreu, um número que torcemos para que diminua a cada ano, considerando que foram divulgados quinze mil expectadores. Numa estratégia também curitiboca, a federação (?) paranaense de futebol marcou o clássico Atlético e Paraná para o domingo, tendo sucesso, com treze mil pessoas no estádio. Podemos considerar que tivemos 175 mil veículos deixando a cidade em direção ao litoral. Dentro dos clubes, os mais abastados faziam o carnaval de salão, e o tradicionalmente renovado Gabaon chega aos vinte anos com a força da Igreja levando em média quinze mil pessoas diárias ao Marumby Expo Center.
Considerando tudo isso, podemos chegar claramente à conclusão de que os curitibanos estão buscando outros carnavais. A Fundação Cultural deveria estruturar mais os eventos que funcionam, e apoiar o próprio Gabaon ao invés de gastar os tostões que gasta com o carnaval de rua, sobre o qual a própria imprensa local prefere não se manifestar muito, focando no competente evento de Antonina. Atrair turistas para Curitiba é um desafio e tanto, porém não impossível. Campanhas para o Carnaval daqui tendem a atrair o público que não gosta do samba, os clientes assíduos do “Carnarock” e suas variantes. A boa surpresa ficou para a brincadeira do pessoal do Psycho Carnival, com seus duzentos zumbis em desfile alternativo, do Cemitério Municipal até as Ruínas de S. Francisco onde havia um palco montado para o show de rock.
Assim, a diversidade cultural de Curitiba não pode ser reduzida aos deprimentes desfiles de escolas de samba, que fazem somente cumprir um protocolo. Atrairíamos as vertentes não sambistas com divulgação plena de um refúgio contra o assalto do carnaval “Globeleza” e seus afiliados, para algo realmente original, e poderemos atrair um público específico, sem nenhum constrangimento com a campanha: “Passe o Carnaval em Curitiba”.
Resta-nos então, as cinzas da quarta-feira, somada à ressaca dos tamborins cariocas, e uma infinidade de novos projetos para esse ano que só agora se inicia. Que o jejum da Quaresma nos cure destes fantasmas que insistem em nos assombrar no Carnaval, com pandeiros e alegorias que não nos pertencem, nem nos pertencerão jamais.