Tentei terminar em texto a retrospectiva, mas não consegui fazê-lo por um motivo óbvio: 2009 não terminou.
É verdade, o que faz pensar que há um divisor entre 2009 e 2010 além do show da Virada e aquele foguetório histérico do dia 31 de dezembro? As tragédias de final de ano começaram antes da virada e ainda não terminaram: deslizamento em Angra e em morros da região litorânea do Rio de Janeiro, alagamentos em São Paulo e em outras regiões do país, um terremoto de proporções imensuráveis no Haiti, um pepino que os americanos deixaram de presente para o exército brasileiro, que com seu governinho pop não perdeu a oportunidade de se meter em mais uma encrenca, em nome do que é aparentemente bonito.
E como já falei aqui neste blog, a Claudia realmente ameaçou e cumpriu: fez uma homenagem ao Michael Jackson no Show da Virada da Rede Globo. Uma performance lamentável, que merece um castigo espiritual por utilizar o nome de um artista como Michael Jackson num evento de tão péssimo gosto e qualidade musical, exceto pelo cantor Ricky Vallens, pérola de voz revelada há alguns anos por Raul Gil, que a Vênus Platinada deve “lançar” pela Som Livre em breve.
Não bastasse o nível das tragédias, a insistência no Big Brother continua, agora num formato mais libertino e permissivo, comandado pelo cronistas das massas, Pedro Bial, numa transcendência que revela que aquelas pessoas já entraram “brifadas” para o programa, que só engana a maioria, e isso, financeiramente já é suficiente.
Não dá para deixar de comentar a morte da Dra. Zilda Arns. A visão desta médica junto com a prontificação ao serviço de Dom Geraldo Magela, fez com que a Pastoral da Criança funcionasse como funciona até hoje. Pode-se dizer corretamente que dentre todas as pastorais da Igreja Católica, a Pastoral da Criança é a que melhor executa a obra qual foi concebida. Que sirva de exemplo, independente das desconfianças e visões alheias e externas. Uma pastoral funcionando é melhor do que nenhuma.
Por isso não terminarei a retrospectiva, o ano de 2009 termina só no Carnaval Globeleza e sua interminável sequência de desfiles, trios elétricos, micaretas, ressacões, gritos de carnaval, folia e nenhuma utilidade além dos quatro dias para colocar a vida em ordem. Até lá, muita água vai rolar, pois teremos mais motivos para ficar com saudades de 2009. Afinal, o carnaval é o verdadeiro divisor de águas entre um ano e outro.