Convenhamos, mulher pelada em revista já não é o máximo da expressão cultural do ser humano. Mas a idéia de "democracia", e as letras minúsculas são de propósito, acaba por convencer a imensa maioria de que há um certo status de arte nisso. Aí a Playboy transforma-se num império, com o pretexto de que pode-se comprar a revista por seu excelente conteúdo editorial e, claro, contemplar as obras de arte, cujos verdadeiros autores são os publicitários com seus maravilhosos programas de retoques de imagens, correções e transformações que deixariam qualquer maracujá parecendo uma seda. Agora saiu a notícia de que a ex- BBB Íris poderá posar para a revista. Além do erro de se inserir as pessoas erradas ao convívio da mídia, deixam que as pessoas erradas avancem para as altas escalas de divulgação, fazendo com que o consumidor de toda essa baixaria, venha a se convencer de que "gente comum" sobe na vida, querendo que o Brasil torne-se assim, uma terra de oportunidades, a Canaã dos tempos modernos.
Primeiro, por que Íris não tem mais nada a mostrar, já estava nua no BBB para quem quisesse ver, assim como o vencedor Alemão e todos os outros. A nudez moral é a pior demonstração de que "gente comum" só sobe na vida às custas das fofocas que provocam em reality-show, ou então demonstrando seus dotes artísticos posando sem roupa, ou quase sem. É certo que muitos vão criticar esse artigo, vítimas da democracia de manipulação promovida pela indústria da falta de senso crítico. Quem ganha com isso, além da Editora Abril, Rede Globo e outras organizações, é só a própria Íris que, sem esforço nenhum, leva uma grana preta para gastar como quiser.
A arte precisa, novamente de uma definição, pois, se Íris for considerada uma artista, e se Alemão continuar na telinha, em vez de sumir para gastar seu milhão, estaremos todos condenados à esperança de que, qualquer um, mas qualquer um mesmo, poderá faturar alto às custas da nossa imbecil cultura de pagar, sempre que alguém decide tirar a roupa.