É simples. Para os que acompanham, mesmo que superficialmente como eu, os noticiários, esse biotipo está pipocando em vários setores da vida. Seja no entretenimento, com suas mulheres associadas à frutas, com músicas de caráter mais do que duvidoso, ou ainda na extrema alienação da televisão aberta e suas acrobacias dignas de lágrimas convulsivas. Nas salas das universidades espalhadas pelo país também temos muitos, no corpo docente, idem. Às vezes, eles estão nos nossos condomínios, fingindo ser síndicos, quando não dentro de nossas casas disfarçados na figura social de mãe, que educa o filho conforme a instrução das idéias consideradas modernas. No campo da crítica, todos somos considerados imbecis, com o agravante de possuirmos uma imbecilidade criativa. Hoje, porém, consegui me surpreender. No meu "zapping" diário pelas notícias, deparei-me com uma muito especial. O respeitado advogado e pensador social, Roberto Mangabeira Unger, apresenta à sociedade um projeto que visa obrigar os jovens a prestar serviço social. Em idade militar, meninos e meninas que não forem "aproveitados" no serviço militar obrigatório seriam destinados à trabalhar para o Estado, de acordo com seu grau de instrução. O senhor Unger pertence, atualmente, ao PRB. O que não importa, afinal estamos todos diante de uma confusão política como nunca houve na história desse país. Teríamos, então, pela vontade deste nobre advogado, uma espécie de reserva técnica das Forças Armadas, treinados militarmente, inclusive, durante o período de serviço. Ah! Melhor ainda, nas cidades do interior! Como vimos no cinema, “idéias são à prova de balas”. Este homem que pertence ao recém nascido Partido Republicano Brasileiro nos leva a pensar em alguns aspectos: É uma idéia do ponto de vista técnico, extraordinária. Haveria uma mão de obra, hipoteticamente qualificada, prestando serviço de graça ao Estado. Assim podemos pensar que o Estado, além de não ter mão de obra qualificada, com sua estrutura inchada de servidores, quer que seus servidores não trabalhem muito. Isso funcionaria como aquele estagiário que temos nos escritórios que faz toda a parte pesada do serviço, mas quem leva o mérito é o funcionário efetivo. Unger tem uma formação invejável, eu não poderia classificá-lo no rol dos imbecis, isso, porém, não lhe dá direito de tratar jovens universitários como tal, embora muitos assim se classifiquem. Há mais um lado bom na idéia: Se as patricinhas e mauricinhos, e filhos de parlamentares, forem, sem exceções, recrutados à idéia de conhecer “as realidades do Brasil”. Convenhamos, também, que há muita gente sem ter o que fazer no aparato Estatal. A idéia, também poderia desviar-se aos funcionários públicos, com uma campanha do tipo “Funcionário Público também pode trabalhar”, ainda mais