Escrevi em 2007, um post neste blog, que antes tinha o meu nome, sobre a alegria do Dia dos Mortos no México, e sobre como a cultura católica no Brasil, tem um influência negativa sobre a idéia de morte. Mas enfim, um país que tem tanta festa e motivo para comemorar, que fique triste pelo menos no dia dos mortos. Senão vira mais um Carnaval fora de época. Mas o assunto não é esse.
No último dia 30, minha amiga Ana Gouvea, do blog Pimentas no Reino, postou uma matéria muito elucidativa sobre o Dia das Bruxas, e sobre o que é ser bruxa. Ana faz parte de um grupo que não precisa se explicar, mas é sempre bom manterem um certo fluxo de informações para a sociedade, a fim de não se tornarem vítimas das fogueiras inquisitivas da WEB (boa ilustração hein).
Como está previsto na Constituição que todos podemos expressar nossas convicções, vou expressar a minha, de acordo com o que percebo nestes três dias, conforme as personagens de destaque em cada data. Começo com as bruxas.
Bruxas fundamentam a sua religião na personificação das Forças da Natureza, uma maneira de reverenciar cada força, de acordo com suas crenças. Não acreditam em Satanás, por que também não acreditam em Deus, portanto a visão de bem e mal delas não se funde ao monoteísmo ocidental. Termos como Mãe Terra e outros são frutos desta relação personificada, tendo a Natureza como guia e provedora da sua energia, seja má ou boa. Portanto, não há demônio, e sem ele, também não há Deus. (Ana me corrija se não estiver correto).
Já os santos, são gente real, que viveu e morreu, em diversas épocas destes dois mil anos de igreja Católica. Somente a Igreja Católica possui este título e somente católicos deveriam acreditar em santos, uma vez que outras religiões os citam, e os invocam, com pouco ou sem nenhum conhecimento de causa. Na fé católica, um santo não realiza milagres, mas intercede a Jesus Cristo para que determinada graça aconteça. Assim como não realizaram milagres em vida, tudo o que aconteceu foi obra de Deus, que os utilizou para curar pessoas doentes, entre outras demonstrações sobrenaturais da força do Deus único. Erra o católico que idolatra tais pessoas como sendo o responsável por determinadas graças. Pode-se, porém, reverenciá-los como respeito, e a título de exemplo para a humanidade. Infelizmente, pessoas santas são cada vez mais raras. As novas gerações, incentivadas pela sociedade em geral, ridicularizam comportamentos como de Irmã Dulce e Madre Tereza de Calcutá, vitória para as vaidades e confortos da vida moderna. Pensar em santos como São Francisco ou São Thomás de Aquino, então, jamais. Lembro, também, que o santo não "baixa" em ninguém, a exemplo do que acontece nos rituais espiritualistas de Umbanda e Candomblé, onde existem manifestações espíritas ( Umbanda ) e, também, de forças personificadas da Natureza, os Orixás (Candomblé).
Os mortos, como já diz o nome, estão mortos. Já eram, não andam mais entre nós, não votam, e não pagam impostos. É costume cristão, herdado dos judeus, rezar por eles, e acreditar na vida eterna.
A maior polêmica, ou pelo menos a mais divulgada, é que a Igreja Católica, que já foi uma minoria perseguida, cresceu e se tornou uma potência política muito forte a ponto de virar esse jogo, converter romanos praticamente à força, e partir para a dominância de uma Europa que, supostamente, era pagã. Violentaram os direitos e costumes destes pobres camponeses e Ergueram Igrejas. Já na Idade Média, queimaram bruxos e bruxas nas fogueiras. Isso não foi romântico, admito. Assim como nada do que a Igreja fez desde que se tornou a religião oficial do império. Conhecimento, poder, dinheiro e um povo ignorante. Era o cenário que se desenharia para qualquer que fosse a religião oficial, não que isso justifique tais fatos.
Bem, hoje a Igreja é muito diferente. Ainda assim existem alguns deslizes brutos e bárbaros em relação à outras religiões, mas posso admitir que as fogueiras, pelo menos, não voltarão a crepitar nas ruas.
O que me preocupa mais é o resquício de ódio que os lados, por mais civilizados que pareçam, manifestam em suas exposições. Leio historiadores falando como se fossem seus pais mortos pelas lanças dos soldados romanos, vejo cristãos olhando para judeus como se estivessem ainda diante do Sinédrio e as religiões consideradas pagãs, sempre ocultas e misteriosas, sempre planejando ou prestes à trazer à tona revelações, a qualquer momento, extremamente perigosas para outras religiões. O respeito é muito pouco disseminado, todos tentam ser racionais ao extremo, mas acabam sempre tropeçando em suas vertentes ideológicas.
Minha opinião é a seguinte: se o perdão não for possível, que a paz o seja.
E para que isso aconteça, textos como o do blog da Canção Nova, publicado também em 2007 devem ser censurados, não pela manisfestação do livre pensamento católico, mas pela falta de conhecimento demonstrada pelo autor que associa a bruxaria à Igreja Satanista. A Canção Nova é uma instituição de respeito, um meio de comunicação que tem poder e importância no meio católico, mas percebe-se pouca triagem editorial, que pode vir a tornar-se um problema, inclusive, jurídico.
Mas por que mexer nestas feridas? Simples, demonstrando a falta de conhecimento de todos os lados, podemos concluir que:
1 - Proliferam-se religiões cristãs que pregam o Deus da Prosperidade, amparados na ignorância do povo.
2 - Proliferam-se místicos charlatões que se dizem bruxos, para enganar o povo (e a elite também), amparados pela carência e ignorância.
3 - Proliferam-se religiões que não são nem cristãs, nem bruxaria, nem nada, e que são sempre fáceis de se seguir e promovem felicidade instantânea. Você pode comprá-las nos supermercados, em revistas, TV e Internet. Essas religiões descredenciam todas as outras, amparadas na ignorância do povo e lucram muito com isso.
Que o Finados nos remeta à reflexão da Esperança, que é o que as religiões sérias propagam, e ao perdão e paz para todos os que morreram, pagãos, cristãos e todos os outros.
No último dia 30, minha amiga Ana Gouvea, do blog Pimentas no Reino, postou uma matéria muito elucidativa sobre o Dia das Bruxas, e sobre o que é ser bruxa. Ana faz parte de um grupo que não precisa se explicar, mas é sempre bom manterem um certo fluxo de informações para a sociedade, a fim de não se tornarem vítimas das fogueiras inquisitivas da WEB (boa ilustração hein).
Como está previsto na Constituição que todos podemos expressar nossas convicções, vou expressar a minha, de acordo com o que percebo nestes três dias, conforme as personagens de destaque em cada data. Começo com as bruxas.
Bruxas fundamentam a sua religião na personificação das Forças da Natureza, uma maneira de reverenciar cada força, de acordo com suas crenças. Não acreditam em Satanás, por que também não acreditam em Deus, portanto a visão de bem e mal delas não se funde ao monoteísmo ocidental. Termos como Mãe Terra e outros são frutos desta relação personificada, tendo a Natureza como guia e provedora da sua energia, seja má ou boa. Portanto, não há demônio, e sem ele, também não há Deus. (Ana me corrija se não estiver correto).
Segundo Ana Gouvea, elas não tem uma verruga no nariz, e também nunca ouviram falar da tal Branca de Neve.
Já os santos, são gente real, que viveu e morreu, em diversas épocas destes dois mil anos de igreja Católica. Somente a Igreja Católica possui este título e somente católicos deveriam acreditar em santos, uma vez que outras religiões os citam, e os invocam, com pouco ou sem nenhum conhecimento de causa. Na fé católica, um santo não realiza milagres, mas intercede a Jesus Cristo para que determinada graça aconteça. Assim como não realizaram milagres em vida, tudo o que aconteceu foi obra de Deus, que os utilizou para curar pessoas doentes, entre outras demonstrações sobrenaturais da força do Deus único. Erra o católico que idolatra tais pessoas como sendo o responsável por determinadas graças. Pode-se, porém, reverenciá-los como respeito, e a título de exemplo para a humanidade. Infelizmente, pessoas santas são cada vez mais raras. As novas gerações, incentivadas pela sociedade em geral, ridicularizam comportamentos como de Irmã Dulce e Madre Tereza de Calcutá, vitória para as vaidades e confortos da vida moderna. Pensar em santos como São Francisco ou São Thomás de Aquino, então, jamais. Lembro, também, que o santo não "baixa" em ninguém, a exemplo do que acontece nos rituais espiritualistas de Umbanda e Candomblé, onde existem manifestações espíritas ( Umbanda ) e, também, de forças personificadas da Natureza, os Orixás (Candomblé).
São Tomáz de Aqui, grande filósofo e doutor da Igreja Católica. Santos como esse nunca baixam em terreiros. Seria bom para estudantes né?
Os mortos, como já diz o nome, estão mortos. Já eram, não andam mais entre nós, não votam, e não pagam impostos. É costume cristão, herdado dos judeus, rezar por eles, e acreditar na vida eterna.
A maior polêmica, ou pelo menos a mais divulgada, é que a Igreja Católica, que já foi uma minoria perseguida, cresceu e se tornou uma potência política muito forte a ponto de virar esse jogo, converter romanos praticamente à força, e partir para a dominância de uma Europa que, supostamente, era pagã. Violentaram os direitos e costumes destes pobres camponeses e Ergueram Igrejas. Já na Idade Média, queimaram bruxos e bruxas nas fogueiras. Isso não foi romântico, admito. Assim como nada do que a Igreja fez desde que se tornou a religião oficial do império. Conhecimento, poder, dinheiro e um povo ignorante. Era o cenário que se desenharia para qualquer que fosse a religião oficial, não que isso justifique tais fatos.
Bem, hoje a Igreja é muito diferente. Ainda assim existem alguns deslizes brutos e bárbaros em relação à outras religiões, mas posso admitir que as fogueiras, pelo menos, não voltarão a crepitar nas ruas.
O que me preocupa mais é o resquício de ódio que os lados, por mais civilizados que pareçam, manifestam em suas exposições. Leio historiadores falando como se fossem seus pais mortos pelas lanças dos soldados romanos, vejo cristãos olhando para judeus como se estivessem ainda diante do Sinédrio e as religiões consideradas pagãs, sempre ocultas e misteriosas, sempre planejando ou prestes à trazer à tona revelações, a qualquer momento, extremamente perigosas para outras religiões. O respeito é muito pouco disseminado, todos tentam ser racionais ao extremo, mas acabam sempre tropeçando em suas vertentes ideológicas.
Minha opinião é a seguinte: se o perdão não for possível, que a paz o seja.
E para que isso aconteça, textos como o do blog da Canção Nova, publicado também em 2007 devem ser censurados, não pela manisfestação do livre pensamento católico, mas pela falta de conhecimento demonstrada pelo autor que associa a bruxaria à Igreja Satanista. A Canção Nova é uma instituição de respeito, um meio de comunicação que tem poder e importância no meio católico, mas percebe-se pouca triagem editorial, que pode vir a tornar-se um problema, inclusive, jurídico.
Mas por que mexer nestas feridas? Simples, demonstrando a falta de conhecimento de todos os lados, podemos concluir que:
1 - Proliferam-se religiões cristãs que pregam o Deus da Prosperidade, amparados na ignorância do povo.
2 - Proliferam-se místicos charlatões que se dizem bruxos, para enganar o povo (e a elite também), amparados pela carência e ignorância.
3 - Proliferam-se religiões que não são nem cristãs, nem bruxaria, nem nada, e que são sempre fáceis de se seguir e promovem felicidade instantânea. Você pode comprá-las nos supermercados, em revistas, TV e Internet. Essas religiões descredenciam todas as outras, amparadas na ignorância do povo e lucram muito com isso.
Que o Finados nos remeta à reflexão da Esperança, que é o que as religiões sérias propagam, e ao perdão e paz para todos os que morreram, pagãos, cristãos e todos os outros.