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É inevitável falar de televisão, quando falamos em prejuízos culturais. Em uma mídia de massa, qualquer descuido de caráter na produção de determinada programação terá conseqüências catastróficas para a audiência, seja ela qualificada ou não. Afirmo, porém que esse texto nada tem a ver com a vida pessoal de Maria da Graça Xuxa Meneghel, pela qual não me interesso e tão pouco desejo comentar.
A série limita-se a comentar os aspectos culturais da produção midiática e a recepção desta pelo público, da maneira como se apresenta artisticamente.
Assim, disserto agora sobre existência de Xuxa Meneghel, atriz, modelo e apresentadora infantil, e apresentadora infanto-juvenil, e apresentadora bem adulta. Como boa parte dos medalhões da indústria da televisão, Xuxa começou modelo e frequentou as pornochanchadas, aqueles filmes que compõe para nós um portfólio de orgulho, que faz com que os enlatados americanos sejam uma obra prima.
No ano de 1986, estávamos todos felizes com a programação infantil da Vênus platinada. Porém, manter uma atração como Balão Mágico, em plena fase de crescimento não deveria ser fácil, e a CBS, produtora da banda (sim, eles eram uma banda, e não um bando de crianças apresentadoras fabricadas no PROJAC) acabou com o grupo, por não ter substitutos á altura para as crianças que, visivelmente, estavam crescendo.
A solução mágica foi a contratação de Xuxa, então apresentadora do Clube da Criança, na rede Manchete, junto com Luciano e Patrícia, que após isso formariam o Trem da Alegria. Até aí, tudo bem, tudo bonitinho.
O que não se esperava de uma atração infantil era a distorção que ela provocaria. Xuxa, em pouco tempo passou a ser venerada pelas crianças com proporções quase que religiosas algo incomum para alguém cujo talento ainda se discute nas conversas entre intelectuais e políticos de minha geração. O programa era uma fábrica de consumo, pouco tinha de didático e Xuxa e Marlene Mattos não tinham sequer uma pedagoga para acompanhar o que estava acontecendo. Não foi à toa que a Rainha dos Baixinhos foi citada várias vezes como mal exemplo para as crianças, por despertar nelas o consumismo, o erotismo precoce e a libertinagem, uma vez que, praticamente, Xuxa tomou lugar dos pais na educação de muitos baixinhos. Você não é um deles é?
Mas digamos que o Xou da Xuxa teve sua importância, nos dois primeiros anos em que aconteceu, depois disso, a percepção de que ali estava uma vitrine de modismos, e uma amostra do que viria a ser a política “cultural” da Rede Globo para as crianças, acabou toda a função desta mulher, que, já milionária, vêm desde então se mantendo em evidência às custas de uma imagem praticamente montada à força pela repetição de sua presença na televisão. O modelo foi imitado pelas outras emissoras, e tivemos Eliana, Angélica, Mara Maravilha e outra criaturas. Os programas mais recentes já não possuem apresentadoras adultas, mas o formato continua sendo o mesmo, sem nenhuma utilidade pública, salvo o excelente Castelo Rá Tim Bum, da TV Cultura.
Prejuízo Causado:
Todo o tempo ocupado na mídia após o segundo ano de programa Xou da Xuxa. Ali já poderia ter se aposentado. Pausa para imagens comentadas.
Este é o pôster do filme indicado para o prêmio Sacanagem de Ouro. Tá bom, todo mundo merece uma chance de apagar o passado. Até você, que viu o filme e gostou.
Mas depois ela tomou jeito, e se apresentou para os seus filhos, assim.
Não, não adianta insistir, não vou postar fotos das paquitas.
Hora das crias. Pois é. Diferente né?
Os dedinhos da Eliana já foram vistos cantando uma música nada infantil na net. Esse negócio de internet é terrível né?
Mara Maravilha agora é gospel. Assim como Regininha Poltergeist, Feiticeira e outras. Em comum? Capas da Playboy. Será que a redação da conceituada publicação masculina é dirigida por um pastor? Fica a pergunta.
Hoje, porém, tudo é diferente. Xuxa mudou e é a mãe da Sasha, que alfabetizou em inglês e que atuou no filme O Mistério de Feiurinha, um sucesso que até agora eu não me perdôo por não ter assistido.
Solução
Semancol: 500MG. Venda liberada.