Entendo que a sociedade moderna é extremamente liberal. Não haveria outra solução diante da preguiça da geração a qual pertenço em criar seus filhos com mais rigor, pois lutamos por uma liberdade que, na verdade, era apenas uma revolta tardia contra nossos pais, os quais nunca conseguiremos imitar na competência de suas atribuições. A liberdade que queríamos ontem transformou-se na libertinagem de hoje, e jamais reverteremos esse processo pois estamos definhando, e rapidamente, diante de uma geração de extremos comportamentais que sustenta hoje um mercado que jamais aceitará qualquer atitude que perturbe sua demanda consumidora. Entre os maiores consumidores deste mercado estão a bajuladíssima Geração Y, e os homossexuais, ou gays, ou homoafetivos, ou qualquer outra titulação que você leitor, prefira, ou ache mais correta.
A geração Y tem nas suas veias a tecnologia, a velocidade, o conforto e tem o seu lugar garantido na história ao protagonizar o uso das brilhantes inovações na comunicação, e por desprender-se de toda e qualquer disciplina ou regra que seja prejudicial ao seu convívio social ou suas aspirações pessoais. Mesmo que estas disciplinas e regras sejam extremamente benéficas à manutenção de uma sociedade justa, sem mentiras ou ilusões. Consideram-se os paladinos da ecologia mas são ávidos consumidores de supérfluos e de entretenimento fútil. As raras exceções acabam se afastando do convívio da maioria, e vão ser felizes "à moda antiga". Enfim, há vantagens e desvantagens na Geração Y, mas como esse é um texto crítico, vou destacar que um dos seus maiores defeitos, é a permissividade, taxada pelos espertos de plantão como "luta pela igualdade e contra o preconceito".
No outro grupo estão os homossexuais. Nos últimos tempos, com a democracia plena e corrupta, esta minoria "saiu do armário" em definitivo e passou a exigir respeito. Tomaram as ruas com manifestações próprias, elegeram políticos, e hoje, os mais de 20 milhões de homossexuais do Brasil movimentam um mercado consumidor que tranquilamente ultrapassa os bilhões de reais/ano. Somente a Parada Gay de São Paulo movimenta mais de 200 milhões de reais. Outro exemplo é a Associação Brasileira de Turismo GLS que conta com mais de 60 empresas filiadas, cujo faturamento ultrapassa também os 200 milhões. Estes números jamais serão desprezados pela mídia, que passa a fazer produções voltadas cada vez mais a este segmento, e muito menos pela política, que não desagradará nunca a um eleitorado com tamanha força econômica, e também intelectual.
O recente reconhecimento do Estado à união de casais estáveis homossexuais era previsto. De olho neste filão altamente lucrativo da sociedade, movimentos e agremiações que se dizem preocupados com a "afetividade" da causa, lucram em dinheiro e visibilidade política, tentando não somente a busca pela igualdade, ou respeito, (direitos inegáveis a qualquer cidadão, inclusive os héteros), mas benefícios visíveis perante uma justiça que já é segregadora por natureza. A mídia comemorou o feito de ontem como histórico, algo que se deve constar dos autos da recente história de inclusão social do Brasil, uma história que busca tirar vantagem dos diferentes como moeda de troca para as futuras eleições. Os belos discursos dos Ministros do STF não demonstram afetividade por ninguém, apenas por uma lei, pela palavra que no Brasil é morta desde a natividade. Eu poderia tranquilamente ter feito um belo texto, muito melhor até que o discurso permissivo e morno dos ministros, e ganhar milhões de acessos no meu blog, dizendo que este é "um grande passo na luta contra o preconceito", quando sei, e você também sabe, que não é. Muitos vão se aproveitar de várias maneiras de um fato que era logicamente inevitável. É o mesmo que um Sindicato lutar pelo direito de uma classe receber o vale-transporte. Muitos homossexuais estão sendo enganados e explorados, mas como disse um dos ministros "Vamos dar a este segmento, um projeto de felicidade". Votos garantidos, movimentos sociais irrigados com dinheiro e mercado feliz, parece que a afetividade está só no nome.